Por que eu escolhi o glaucoma como subespecialidade?

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Na época da escolha, muitas pessoas e, até mesmo, colegas oftalmologistas me perguntaram o motivo de eu decidir tratar de uma doença tão complicada, difícil e triste!

Durante a minha formação, o contato com os pacientes portadores de Glaucoma era diário; e logo percebi o quanto era desafiador, tanto para os médicos quanto para os pacientes, lidar com a doença. Eu acompanhei inúmeras pessoas em plena idade produtiva, que foram aposentados por cegueira decorrente do glaucoma; muitos deles eram a principal ou única fonte de renda da família. Isto despertou em mim o interesse e, ao mesmo tempo, diversos questionamentos…

“Como uma doença pode ser tão cruel ao ponto de ‘roubar’ a visão de uma pessoa sem causar sintoma?”

“Como uma doença pode interferir tão intensamente na qualidade de vida de uma pessoa e, também, sua família?”

“Como uma doença pode ser tão misteriosa, silenciosa e desafiadora?”

“Como uma doença pode ter um comportamento tão variável entre os pacientes, seja na sua apresentação, agressividade ou resposta ao tratamento?”

Então, eu aceitei o desafio chamado glaucoma; e cheguei a conclusão que a doença exige, tanto do médico quanto do paciente, muita resiliência, paciência, persistência e fidelidade.
Resiliência para os momentos difíceis; persistência para enfrentar a doença frente a frente sem desistir; paciência para poder aprender a conviver com a doença e com o seu tratamento; e fidelidade, chave para a criação de uma boa relação médico-paciente e fundamental para o sucesso do tratamento.

O vínculo afetivo entre o médico e o paciente é o que me fortalece e me dá forças para continuar na luta diária contra a doença. Apesar de não ter cura e de não poder recuperar a visão que já foi perdida; evitar a progressão doença é a maior vitória! A sensação de conquista alcançada após um tratamento efetivo que evita a progressão da doença e, por consequência, a cegueira, é algo indescritível em mim e, mais ainda, no paciente.

Sei que a guerra contra o Glaucoma não tem fim, a batalha é árdua e deve ser diária. Porém, o empenho, a dedicação e a sede pela vitória em mim também são inesgotáveis.
Sigo em frente, dia após dia, me fortalecendo e com muita fé, dando o meu máximo para ajudar os pacientes na luta contra um dos maiores vilões da visão.

Dr. Bruno Sá Antunes de Souza
CRM 77831 – RQE: 43384

Médico Oftalmologista
Especialista em Catarata e Glaucoma

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